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sexta-feira, junho 13, 2025

MOB Vinha Senna 2019

         
MOB Vinha Senna 2019 
 Tinto / 13,5% Alc.
Dão Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen

Quando três dos grandes enólogos deste País, Jorge MoreiraFrancisco Olazabal Jorge Serôdio Borges, se juntam com a intuito de criar vinhos numa das regiões mais estimadas de Portugal, pela elegância e frescura com que os seus vinhos mais antigos e alguns dos atuais nos brindam, o resultado só poderia ser no mínimo promissor! 
 
Em 2011 surgiu a oportunidade, destes três amigos, arrendarem a Quinta do Corujão, situada entre Gouveia e Seisão, no sopé da Serra da Estrela. Uma quinta com cerca dez hectares, composta por duas vinhas distintas. Já em 2013, conseguiram arrendaram em Gouveio mais, uma pequena propriedade, com quatro hectares de vinha velha
 
Mas só no final de 2020, surgiu a oportunidade de comprarem a Quinta do Corujão, podendo desta forma proceder aos investimentos que achavam necessários, vinhas e adega, com o propósito de que estas melhorarias se refletissem na qualidade dos vinhos que ali produziam, não tivessem eles o peso de serem os renomados enólogos que são, pelos grandes vinhos que produzem, no Douro
 
Apesar do esforço de alguns, o que se tem vindo a verificar, em minha opinião, é que o Dão, a promissora "Borgonha" Portuguesa, não têm sabido aproveitar o crédito que lhe é atribuído. Talvez por falta de mais investimento, mais inovação, ou mesmo pela falta de uma narrativa coletiva que coloque esta região, de reconhecido potencial, no seu devido lugar. 
Em minha opinião, o tempo passa, e o Dão tarda em se unir e agir. Outras regiões, algumas das quais com menos potencial, têm vindo, graças ao seu esforço e empenho a ganhar um notável reconhecimento, algumas delas, mesmo para além fronteiras. 

Sobre este, MOB Vinha Senna 2019, o que posso salientar é que se trata de um belíssimo tinto, elaborado a partir de um lote típico do Dão, (Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen). Estas castas, são oriundas de vinhedos localizados em Seia, a cerca de 550 metros de altitude, num dos locais mais frios do Dão, junto ao sopé da Serra da Estrela.
Segundo consta, um vinho vinificado em cubas de carvalho e inox com pouca extração e a baixas temperaturas, estagiou 12 meses em barricas de carvalho, 10% das quais novas e as restantes usadas.
      
Ncopo, apresenta um tom rubi carregado e levemente opaco. Aroma de intensidade média, fresco com notas a frutos, cereja, framboesa, mirtilos ..., subtilmente floral, com um levíssimo toque a violeta, com notas especiadas, um suave toque a chocolate negro e uma ligeira envolvência tostada. Na boca, mostra elegância, frescura e muito equilíbrio, confere a fruta delicada do aroma,  taninos finos e polidos e uma cordata acidez ao longo de toda a prova,  termina  longo e persistente.

    

Um tinto extremamente delicioso, com excelente pendor gastronômico. Um vinho muito bem feito, poderia ter-lhe atribuído 18 de nota, mas isto vale o que vale, é apenas a métrica do meu palato. Uma coisa é certa este, MOB Vinha Senna 2019, é um tinto com seis anos, que em minha opinião, apesar de ter mais um punhado de anos pela frente está soberbo!



       Not. 17,5
       Pvp: 27 € (Ref.) 

sexta-feira, junho 06, 2025

Poggio Valente 2020 (Toscana)

   
Poggio Valente 2020 
 Tinto / 15% Alc.
Toscana - Maremma Sangiovese

Aqui estás um belíssimo tinto da Toscana, mais propriamente da sub-região de Maremma, um puro Sangiovese! A casta mais emblemática da região, aquela que patrocina o, Chianti Classico e os renomados Brunello di Montalcino. 
 
Situada na região central de ItáliaToscana é muito mais que as suas lindas bucólicas paisagens, lembremo-nos que a sua "capitalFlorença foi o berço do Renascimento, uma das cidades mais importantes da história da Europa
 
Como região vitivinícola, Toscana, é sem duvida a região italiana de maior relevância, seguida de Piemonte. Mas estas são apenas duas das vinte regiões vitivinícolas de Itália, compostas por 120 IGP's (Indicações Geográficas Protegidas) e 408 DOP's (Denominações de Origem Protegidas)
 
Em jeito de curiosidade deixo aqui uma pequena referência aos renomados Supertoscanos, que apesar de poderem, ou não,  nos seus blend's, incorporar, a casta Sangiovese, incluem essencialmente algumas castas francesas, (Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah), não autorizadas na Toscana. Por este motivo, recebem apenas uma certificação, idêntica à dos vinhos de mesa, a designação IGT (Indicação Geográfica Típica).
No entanto, são vinhos considerados de altíssima qualidade e prestígio internacional, atingindo valores bastante elevados, apesar de hoje, ainda ser possível encontrar alguns destes Supertoscanos, menos famosos, a preços bastante mais acessíveis


(Maremma - Toscana)


Podemos considerar oito as principais regiões vitivinícolas da Toscana, (ChiantiBrunello di Montalcino, Vino Nobile di Montepulciano, Bolgheri, Morellino di Scansano, Carmignano, Vernaccia di San Gimignano e Maremma), mas como o vinho que aqui me trouxe é este, Poggio Valenteda região de Maremma, será sobre esta que irei tecer algumas breves  notas. 
 
Na realidade, das oito regiões, Maremma é aquela que emergiu mais recentemente, somente a partir 1990, se começou a reconhecer algum do potencial qualitativo da sua viticultura, evidenciado pela chegada de importantes investimentos no turismo assim como na qualificação dos seus vinhos, com reconhecimento oficial em 2011, com a obtenção da classificação, DOC (Denominação de Origem Controlada)
 
Não estamos perante uma província, cidade ou estado, mas sim de uma região geográfica, com uma área de 5.000 km², localizada  na província de Grosseto, com partes nas províncias de Livorno e Siena.
Embora Maremma seja o berço de alguns dos vinhos mais caros e afamados da Itália, parece que ainda permanece um pouco desconhecida para muitos apreciadores de vinhos
 
Foi precisamente daqui de Fattoria Le Pupille uma propriedade com  cerca de 450 hectares, dos quais, 85 são de vinha. que nos chegou este, Poggio Valente 2020. Um belo tinto oriundo de um vinhedo único localizado na colina de Poggio Valente, em Scansano


(Fattoria Le Pupille em Maremma - Toscana)

 
Em 1985, Elisabetta Geppetti, após o falecimento, Alfredo Gentili, toma conta dos destinos da Fattoria Le Pupille. Graças à sua paixão e ambição, pegou nos seus Morellino di Scansano, nos seus renomados Le Pupille e Saffredi, e colocou esta sub-região, como símbolo de inovação e qualidade reconhecida, dentro e fora, da região da Toscana
 
Em 1996, com a aquisição do vinhedo Poggio Valente que, pelas suas características singulares de solo e exposição solar, segundo consta, lhe pareceu muito promissor. Uma possível mais valia para o reconhecimento da denominação Morellino di Scansano.
Assim em 1997, com o nome do próprio vinhedo, nasce a primeira colheita do Poggio Valente. A partir de 2014, passa, da denominação, de Morellino di Scansano DOCG para Toscana Rosso IGT, ganhando desta forma maior notoriedade, especialmente nos mercados estrangeiros
 
Hoje, o Poggio Valente é um vinho ganhou expressão, um excelente representante da casta Sangiovese, vindimado em setembro, fermentado em cubas de inox e submetido a um estágio por 18 meses em barricas novas e usadas de 500 e 600 litros.

Ncopo, apresenta um tom rubi subtilmente esbatido e aberto. Aroma intenso, algo fresco, com notas fruta fresca, cereja negra, mirtilos, com tom vegetal levemente aromático, um subtil tom a alcaçuz e um amadeirado muito bem integrado. Na boca, mostra boa estrutura e elegância, confere os tons a fruta e o seu lado vegetal, com taninos presentes mas bem integrados, boa acidez e equilíbrio. Conjunto muito agradável, com um final longo e persistente.

   

Se quiser conhecer um verdadeiro Sangiovese, da Toscana tem aqui, um excelente representante da casta, a um preço bastante atrativo para um Sangiovese desta qualidade!



       Not. 17,5
       Pvp: 32 € (Ref.) 

quinta-feira, abril 10, 2025

Carvalhas (branco) 2022

      
Carvalhas 2022 
 Branco / 13% Alc.
Douro Viosinho e Gouveio
Quinta das Carvalhas / Real Companhia Velha


Eis mais um dos excelentes vinhos da Quinta das Carvalhas! Como já anteriormente aqui referi, uma das mais bonitas e emblemáticas quintas do Douro, pertencente à Real Companhia Velha, a mais antiga empresa de vinhos de Portugal. fundada em 1756, adquiriria na década de 50 pela família Silva Reis, hoje com o a quarta geração a assegurar o seu futuro
 
Das cinco quintas pertencentes à Real Companhia Velha, aquela que se destaca como a mais emblemática é sem duvida a Quinta das Carvalhas, sendo como o seu próprio nome indica, o berço deste branco, composto por 60% da casta Viosinho e 40% da casta Gouveio
 
Apesar do ano 2022, ter sido o ano mais quente e seco dos últimos 90 anos em em Portugal, conseguiram-se alguns bons resultados. A localização das parcelas de onde estão plantadas as cepas que deram origem a este vinho estão situadas entre 470 e 480 metros, de altitude, ambas voltadas a Nascente, a sua conjugação com o trabalho de uma equipa de excelência, quer na vinha, quer na adega, levaram a que as particularidades do ano não afetassem de forma negativa a qualidade deste vinho. Pessoalmente até acho que este Carvalhas branco 2022 está uns pontos acima de outras das suas colheitas anteriores submetidas a climas bem mais favoráveis.
      
Ncopo, apresenta um tom amarelo levemente palha. Aroma intenso, fresco e muito delicado, complexo com notas a  frutos verdes, alguma lichia e tons herbáceos, com leve toque flor de laranjeira, um finíssimo abaunilhado e uma suave envolvencia mineral. Na boca, mostra muita elegância e frescura, com uma acidez crocante e muito equilíbrio. Conjunto sedutor, com um final bastante elegante, longo e persistente.

   

Se tivermos em conta o preço de alguns vinhos, deste nível, em Portugal e por este mundo fora, não tenho qualquer duvida em afirmar que, este é um vinho com belíssima relação qualidade preço. Excelente para harmonizar com, carnes frias, peixes magros, mariscos e algumas entradas. Um branco de grande nível!



       Not. 18
       Pvp: 29 € (Ref.) 

quinta-feira, março 13, 2025

Quinta de Valbom - Vinhas Velhas 2016

       
Quinta de Valbom - Vinhas Velhas 2016 
 Tinto / 14% Alc.
Douro  / Vinhas Velhas em field blend
Monte do Trevo / www.quintadevalbom.pt


De volta ao Douro, mais propriamente, à sub-região do Baixo Corgo, muito perto do paredão da barragem de Bagaúste, desta vez, com um vinho da, Quinta de Valbom, uma quinta com cerca de 45 hectares de vinhas plantadas, com as típicas castas da região, nos seus icônicos socalcos, um cenário que nos é familiar, a verdadeira  harmonia entre a natureza e o engenho humano.
 
A Quinta de Valbom é uma das quintas inscritas na primeira demarcação Pombalina, em 1756. Se recuarmos no tempo, ao ano de 1775, podemos encontra registos de comercialização de pipas e toneis de vinho em seu nome.
 
Em 2012, vem a ser adquirida pela empresa, da família. alemã, Pohl, detentora do projeto Alentejano, Herdade dos Grous, na altura com, apenas 27 hectares de vinha velha, entre 30 e 100 anos.  Desde então, várias têm sido as intervenções a que tem estado sujeita, sempre sob a tutela do  enólogo chefe e diretor geral, Luís Duarte, um dos grandes enólogos deste País, e cujo o seu enfoco está inteiramente direcionado para sustentabilidade das vinhas e para a exigência em produzir na Quinta de Valbom, apenas vinhos Durienses de topo.
 
Como no caso deste, Quinta de Valbom - Vinhas Velhas 2016, um tinto, composto por uma panóplia de castas tradicionais do Douro, não sei se será, mas provavelmente o resultado de uma miscelânia de castas características dos vinhedos mais antigos da região, que como resultado dão vinhos únicos, complexos e no caso cheio de caráter.
Estamos perante um vinho de cuidados, feito a partir de uvas selecionadas manualmente, fermentado em lagares de granito e com pisa pé, com estágio de 16 meses em barricas de carvalho francês.
 
Ncopo, apresenta um tom rubi concentrado de opacidade média. Aroma elegante, com notas a frutos silvestres, tom a bosque, algo especiado e com uma envolvência tostada. Na boca, mostra-se, fresco com elegância, marcado pela fruta, taninos firmes mas bem integrados, num conjunto onde a sua cordata acidez permeia o seu final longo e persistente.

           

Sem duvida um tinto de qualidade indiscutível, um registo duriense típico, na linha dos vinhos que conciliam potência e elegância, com um pendor gastronômico e capacidade de guarda incontestável. Permitindo-se harmonizar de forma superior com, pratos intensos e condimentados, como carnes vermelhas, caça e alguns queijos. Um vinho, com predicados mais que suficientes para o recomendar como um belíssimo representante dos vinhos do Douro.

  

       Not. 17,5
       Pvp: 39 € (Ref.)