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quinta-feira, julho 25, 2024

Chablis - Premier Cru (Louis Latour) 2022


Chablis - Premier Cru (Louis Latour) 2022 
 Branco / 13%
Borgonha / Chablis ( Chardonnay )


De uma das mais ilustres regiões vitivinícolas do mundo, a Borgonha, trago este Chablis Premier Cru 2022, da Maison Louis Latour. 
  
Muito sucintamente, a Borgonha é uma região localizada no centro-leste de França, com cerca de 150 km de vinhedos e onde o termo "Terroir" tem aqui a sua plena expressão. Cada parcela de terra, é considerada única e diretamente determinante nas características dos vinhos aí produzidos. O seu solo, essencialmente calcário, resulta da sedimentação milenar, de esqueletos e conchas de animais marinhos que misturam com areia e argila, formando uma composição única mas bastante heterogénea, mesmo em distâncias relativamente curtas. Se levarmos ainda em conta as variáveis microclimáticas que lhe estão associadas, talvez possamos melhor entender o que está na base  da unicidade dos seus "Terroir" ou no caso os seus "Climat". 
  
A região da Borgonha é composta por cinco sub-regiões,  Chablis, Côtes de Nuits, Côtes de Beaune, Côte Chalonnaise e Mâconnais. Por sua vez, cada uma destas sub-regiões está dividida em várias Apelações de Origem Controlada (AOC), hoje denominadas de Apelações de Origem Protegidas (AOP), 84 reconhecidas oficialmente, as restantes, cerca de 26, são consideradas Denominações Geográficas Complementares. 


  

Mas não ficamos por aqui, estes vinhedos ainda são classificados pelo "Climat", como acima mencionado, caraterísticas geológicas, hidrométricas e de exposição solar especificas. Será a partir destes "Climat" que surgem as três classificações, Grand CruVillage e Régionale. Por sua vez, algumas parcelas de vinha, Village, poderão ser elevadas à categoria Premier Cru. 
  
Os vinhos da Borgonha são produzidos a partir de apenas duas castas, o Chardonnay para o branco e o Pinot Noir para o tinto. No entanto, existem algumas exceções com a utilização das castas,  Aligoté e a Gamay. 
  
Não obstante a particularidade de cada umas das supracitadas sub-regiões da Borgonha, irei, na senda do Chablis - Premier Cru (Louis Latour) 2022 que aqui trago e de forma mais ou menos sucinta, abordar apenas alguns dos aspectos considerados relevantes sobre a sub-região de Chablis. 
  
Localizada no vale do rio Serein, rodeada por colinas, Chablis é uma região com cerca de 5000 hectares de vinha, plantada sobre uma grande bacia submersa de calcário, cujo as suas rochas datam do período Jurássico, algo em torno de 150 milhões de anos e sobre as quais existe uma camada de argila muito rica em fósseis marinhos, especialmente minúsculas cascas de ostras fossilizadas. 
A prestigiada reputação desta região, deve-se aos seus magníficos brancos da casta Chardonnay, a única casta autorizada na região,  e cujo frescor, delicadeza e mineralidade atinge 
aqui a sua máxima expressão. 
  
A denominação Chablis foi criada em 1938 e compreende quatro classificações. Por ordem de qualidade temos, Chablis Grand Cru (AOC), com sete vinhedos, localizados em uma única colina perto da cidade de Chablis , Chablis Premier Cru (AOC), com 40 vinhedos, seguido da denominação Chablis (AOC), a de maior representação e a Petit Chablis, a mais simples, cujos vinhedos estão localizados nas áreas mais periféricas da região. 




  
Esta é a terceira colheita que provei deste Chablis - Premier Cru do produtor Louis Latour, um dos mais reconhecidos produtores de vinho na Borgonha. Não me vou debruçar sobre a história da Maison Louis Latour, mas aconselho vivamente a quem tiver curiosidade, fazer-lhes uma visita, (Aqui...)

Este Chablis - Premier Cru 2022, em minha opinião, apresenta alguma semelhança com a colheita de 2020, nomeadamente ao nível aromático, na fruta e nas referencias tostadas e abaunilhadas que ambas as colheitas evidenciam.
  
Ncopo, apresenta-se com um tom amarelo citrino pálido. Aroma intenso, elegante, fresco e mineral, com leves notas a nectarina, pêssego e uma leve envolvência a baunilha e tosta. Na boca, mostra-se elegante, fresco, corpo médio, muita mineralidade a suportar o conjunto que termina muito longo persistente e algo salgado e mineral.
   
Um Chardonnay clássico! Apesar de ser a casta branca mais plantada no mundo, torna-se imperativo, caso tenha interesse, provar um Chardonnay oriundo, Chablis. A sua acidez e mineralidade quase metálica, conferem-lhe um caráter único e a sua  harmonização com ostras (versão francesa), peixes gordos, frutos do mar e carnes brancas, vem seguramente lhe engrandecer ainda mais!

Mesmo que quisesse não conseguiria descrever uma visão tão perfeita de uma possível harmonização de Ostras com este Chablis, as mesmas que Ernest Hemingway, homenageou no seu livro “Paris é uma Festa”, publicado após a sua morte.
"Enquanto comia as ostras com o seu sabor forte a mar e o seu gosto ténue metálico que o vinho branco frio lavou, deixando apenas o sabor do mar e a textura suculenta, e à medida que bebia o líquido frio de cada casca e engolia com o sabor crocante do vinho, perdi a sensação de vazio e comecei a ser feliz e a fazer planos."

 

   Not. 17
   Pvp: 36 € (Ref.) 


sábado, junho 22, 2024

Mira Arinto 2020


Mira Arinto 2020 
 Branco / 13%
Lisboa / Bucelas ( Arinto )


Com uma área menor que 200 hectares de vinha, a micro região de Bucelas, é uma das mais pequenas de Portugal, a única  demarcada exclusivamente como região produtora de vinhos brancos, apenas com as castas , Arinto, 85% mínimo, Rabo de Ovelha e Sercial. 
  
Uma região historicamente famosa pelos seus vinhos e pela relevância  que estes tomaram através de ilustres gentes como como William Shakespeare e Duque de Wellington. 
  
Como, sua casta emblemática, o Arinto, apesar da sua reconhecida plasticidade e capacidade em integrar-se relativamente bem em várias regiões, é aqui no seu berço, Bucelas, que consegue, realmente, a sua melhor expressão. 
  
Este Mira 2020, é mais um grande vinho com assinatura de Nuno Mira do Ó, (Outros...). Um branco, 100% Arinto, oriundo de duas pequenas parcelas de vinha. Uma de várzea, numa zona bastante fresca, com solos argilo-calcários profundos e outra de encosta mais calcária e de maior exposição solar. 
  
Um branco vinificado de forma artesanal, em que as uvas são prensadas com engaço e com fermentação perlongada, 80% em Inox e 20% em barricas usadas, estagiam 10 meses sobre borra fina e em garrafa.. 
  
Ncopo, apresenta-se com um tom amarelo levemente palha. Aroma elegante e fresco, algo mineral e complexo, onde se evidenciam notas cítricas embrenhadas num tom mais vegetal e subtilmente especiado. Na boca, mostra-se, uma excelente estrutura, algo cremoso e  fresco, com grande equilíbrio, uma excelente mineralidade a suportar o conjunto que termina bastante longo. 
  
Um Arinto de grande categoria, o melhor que bebi nos últimos anos, de uma  matriz claramente clássica, bastante afinado e que vem seguramente dignificar a casta e a própria região de Bucelas. Um vinho que dada a sua estrutura e acidez tem boa capacidade de guarda. 
Um vinho bastante eclético no que respeita à sua harmonização com pratos de peixe, marisco, saladas frias e sushi,  ganha expressão sendo bebido a uma temperatura entre 10 a 13 graus! Uma belíssima relação qualidade/preço. 

    
   Not. 17,5
   Pvp: 21 € (Ref.) 

 

domingo, março 24, 2024

Quinta da Leda 2019


Quinta da Leda - 2019 
 Tinto / 13,5%
Douro ( Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinto Cão e Tinta Roriz )
Sogrape Vinhos, Sa


Situada em Almendra, Vila Nova de Foz Coa, no Douro Superior a Quinta da Leda, com cerca de 170 hectares de vinha, das quais, predominam as castas Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca, e Tinto Cão, é claramente a joia da croa da Sogrape (Casa Ferreirinha). Atualmente o berço do icônico Barca Velha, sendo esta quinta responsável por cerca de 90% do lote que o compõe, assim como do renomado Casa Ferreirinha Reserva Especial 
 
Mas o vinho que aqui me traz é este magnifico, Quinta da Leda 2019, um vinho de grande elegância, um misto de contenção e exuberância, que o responsável enológico da Sogrape, o enólogo Luís de Sottomayor conjuntamente com a sua equipa, diligenciam para que apesar do seu perfil topo de gama se mostre pronto mais cedo para que possa ser apreciado um pouco mais jovem.
  
No copo, apresenta-se com um tom rubi brilhante e carregado. Aroma intenso, complexo, pejado de boa fruta madura, amora, ameixa, evidenciando notas esteva a mato e flores secas, especiarias e um elegante tom balsâmico. Na boca, mostra-se, elegante, polido, com grande equilíbrio, conferindo a boa fruta, num conjunto intenso, fresco e concentrado. Final longo, persistente. 
 
Um extraordinário tinto duriense, um verdadeiro embaixador, detentor de uma exuberância tranquila que só os grandes vinhos podem ostentar. Um vinho que apesar da capacidade de evolução que apresenta deixará, desde já, qualquer um maravilhado! 

    
   Not. 18
   Pvp: 45 € (Ref.)