English
FrenchGermanSpainItalianDutchRussianJapaneseChinese Simplified



quinta-feira, setembro 18, 2025

Rosacker - Alsace Grand Cru (Riesling) - 2022

 
Rosacker - Alsace Grand Cru (Riesling) 2022 
 Branco / 13% Alc.
França - Alsácia Riesling

Um fantástico Riesling oriundo da Alsácia, uma região situada a nordeste da França, entre as cidades de Estrasburgo ao norte e Mulhouse ao sul. A oeste, as Montanhas Vosges, separam-na da região da Lorena e a leste, o rio Reno, demarca a sua fronteira com a Alemanha.
  
( Alsácia – França )
 
 
Na sua história a Alsácia, tem sofrido inúmeras alternâncias de soberania, ora é Alemã ora é Francesa, mas desde o fim da 2º Guerra Mundial, assumi "definitivamente" a naturalidade francesa.
 
Julgo que se classificássemos a cultura da Alsácia como um blend, das culturas Alemã e Francesa, resumiríamos de forma sucinta a sua identidade cultural.
Desde logo na sua arquitetura, o traço e cor das suas casas coloridas, estilo enxaimel. Na gastronomia, o chucrute (conserva de repolho fermentado), entre outros pratos típicos alemães coabitam com a boa gastronomia francesa. Na indústria do vinho existe no sistema de denominação de origem e nos seus rótulos um certo pragmatismo alemão, mas se prestarmos alguma atenção podemos observar que, também lá estão, certos requisitos franceses.
 
Os vinhedos da Alsácia estão dispostos ao longo da encosta leste das montanhas de Vosges, uma estreita faixa de 170 km, que se estende do norte de Estrasburgo ao sul de Mulhouse, plantados a uma altitude média que vai dos 200 a 400 metros, nas encostas voltadas a sudoeste, apesar da baixa temperatura em algumas ocasiões, é lhe garantido uma boa exposição solar e uma boa proteção contra os ventos e chuvas de oeste, fatores que estão na base de um clima seco e ensolarado, propicio ao bom amadurecimento das suas uvas. Por sua vez a diversidade geológica dos seus solos, calcário, granito, argila, etc., permitem-lhe uma boa diversidade de terroir's.
   
A região da Alsácia compreende unicamente três sub-regiões vitivinícolas:
Alsace  (AOC), trata-se de uma classificação que apesar de certos requisitos, como determinação castas autorizadas (Riesling, Muscat, Pinot Gris, Gewurztraminer, Sylvaner, Pinot Blanc e a casta tinta Pinot Noir), é muito abrangente e cobre quase a totalidade dos vinhedos, representado cerca de 73% da produção total da Alsácia;
   
Alsace Grand Cru  (AOC), foi criada em 1983, com a demarcação de 25 vinhedos, integrando, mais tarde, mais 25 e mais 1, perfazendo assim os atuais 51 vinhedos demarcados. Esta classificação só se aplica a vinhos brancos produzidos sobre certas parcelas de vinhedos consideradas de qualidade superior, com condições especiais de insolação e outras regras muito rigorosas, podendo-se apenas utilizar quatro variedades de castas  consideradas "nobres", Riesling, Muscat, Pinot Gris et GewurztraminerRepresentando cerca de 4% da produção total da região;
   
Crémant d`Alsaces (AOC), é uma sub-região onde se produz unicamente espumante pelo método tradicional (como em Champagne), com segunda fermentação em garrafa, apesar da casta principal ser a Pinot Blanc, podem ser utilizadas a Pinot Noir, Riesling, Chardonnay, Pinot Gris e Auxerrois. Esta (AOC) representa cerca de 23% da produção total de toda a região. Podemos encontrar aqui alguns dos espumantes mais prestigiados de França.

( Rosacker Grand Cru - Vila de Hunawihr, incluindo a famosa igreja fortificada, com os seus emblemáticos vinhedos)
   
Foi daqui de Rosacker Grand Cru que saiu este Riesling (Rosacker Grand Cru) 2022. Um branco oriundo de um vinhedo plantado, na encosta sudeste dos Vosges, a uma altitude entre os 260m e os 330m, em solos calcários, ricos em minerais com boa retenção de água, tudo isto aliado a um microclima bastante temperado, permitindo a maturação lenta das suas uvas, conferindo-lhe aos vinhos, para além da excelente complexidade e acidez, um grande potencial de envelhecimento

Este é um Riesling com a assinatura do enólogo alsaciano Julien Schaal, que contrariando o que seria natural, arranca em 2005 com o seu primeiro projeto pessoal em África do Sul. Um convite irrecusável de um amigo, produtor de referencia sul africano, que lhe ofereceu emprego e cedeu-lhe alguns vinhedos para que pudesse produzir o seu próprio vinho.
Sem nunca abandonar os seu projetos em África do Sul, em 2013, decide terminar com a parceria que tinha na Alsácia, seu país natal, seguir o seu próprio caminho  determinado a focar-se unicamente na produção de vinhos de qualidade superior.
 
Quis o destino, que também em 2013, em África do Sul, conhecesse aquela que viria a ser sua esposa, enóloga Sophie, quando esta estagiava no projeto vitícola de Paul Cluver. A partir de 2021, também ela, passa a produzir os seus próprios vinhos, sul-africanos, com a denominação Sophie Schaal. Atualmente o casal vive, na pequena vila de Hunawihr, na Alsácia.
 
Este, Rosacker Alsace Grand Cru, à semelhança de outros dos seus  Grands Crus, são elaborados a partir de uvas colhidos à mão, dando primazia à sua fermentação espontânea, deixando que o vinho permaneça um pouco sobre borras finas, uma leve batonnage. O foco está claramente direcionado para vinhos que se pautam por acidez vibrante em detrimento de um outro estilo de Riesling de perfil mais adamado.
      
Ncopo, apresenta um tom amarelo palha levemente pálido, límpido e brilhante. Aroma, fresco e elegante, com notas cítricas a lima, tangerina, alguma maçã, um leve toque a flor de laranjeira, algum chá, tudo em envolto numa mineralidade vincada muito interessante e subtilmente terrosa. Na boca, mostra  frescura, a tensão de uma boa acidez e o ressoar de delicadas notas cítricas, envolvidas por uma mineralidade adornada por subtis notas a silex e a um levíssimo tom salgado que se estende até ao seu perlongado final.

   

Muitas são as vezes que nem damos conta que o nosso tempo apesar de largo é curto, muito curto. Que muitas são as vezes que nos perdemos em escolhas que não nos trazem nada de novo, nem nos levam a lugar algum! É assim com quase todos nós. É humano!

Talvez por isso ou por um rasgo de consciência, tento, pelo menos aqui, usar o meu tempo apenas com vinhos que me transmitam, de alguma forma, algo que valha a pena. Como no caso este Riesling alsaciano, um Riesling de grande nível, que por não ter a fama de alguns dos seus renomados pares, por enquanto, ainda está acessível a um preço muitíssimo razoável para a qualidade deste excelente representante da casta Riesling.

Este é um branco que dado o seu perfil, a sua mineralidade e acidez será excelente para harmonizar com, pratos de carnes frias, peixes magros, mariscos, sushi  e algumas queijos frescos. Se quiser provar um Riesling a sério aqui está!


       Not. 17,5
       Pvp: 25 € (Ref.) 
   

sexta-feira, junho 13, 2025

MOB Vinha Senna 2019

         
MOB Vinha Senna 2019 
 Tinto / 13,5% Alc.
Dão Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen

Quando três dos grandes enólogos deste País, Jorge MoreiraFrancisco Olazabal Jorge Serôdio Borges, se juntam com a intuito de criar vinhos numa das regiões mais estimadas de Portugal, pela elegância e frescura com que os seus vinhos mais antigos e alguns dos atuais nos brindam, o resultado só poderia ser no mínimo promissor! 
 
Em 2011 surgiu a oportunidade, destes três amigos, arrendarem a Quinta do Corujão, situada entre Gouveia e Seisão, no sopé da Serra da Estrela. Uma quinta com cerca dez hectares, composta por duas vinhas distintas. Já em 2013, conseguiram arrendaram em Gouveio mais, uma pequena propriedade, com quatro hectares de vinha velha
 
Mas só no final de 2020, surgiu a oportunidade de comprarem a Quinta do Corujão, podendo desta forma proceder aos investimentos que achavam necessários, vinhas e adega, com o propósito de que estas melhorarias se refletissem na qualidade dos vinhos que ali produziam, não tivessem eles o peso de serem os renomados enólogos que são, pelos grandes vinhos que produzem, no Douro
 
Apesar do esforço de alguns, o que se tem vindo a verificar, em minha opinião, é que o Dão, a promissora "Borgonha" Portuguesa, não têm sabido aproveitar o crédito que lhe é atribuído. Talvez por falta de mais investimento, mais inovação, ou mesmo pela falta de uma narrativa coletiva que coloque esta região, de reconhecido potencial, no seu devido lugar. 
Em minha opinião, o tempo passa, e o Dão tarda em se unir e agir. Outras regiões, algumas das quais com menos potencial, têm vindo, graças ao seu esforço e empenho a ganhar um notável reconhecimento, algumas delas, mesmo para além fronteiras. 

Sobre este, MOB Vinha Senna 2019, o que posso salientar é que se trata de um belíssimo tinto, elaborado a partir de um lote típico do Dão, (Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen). Estas castas, são oriundas de vinhedos localizados em Seia, a cerca de 550 metros de altitude, num dos locais mais frios do Dão, junto ao sopé da Serra da Estrela.
Segundo consta, um vinho vinificado em cubas de carvalho e inox com pouca extração e a baixas temperaturas, estagiou 12 meses em barricas de carvalho, 10% das quais novas e as restantes usadas.
      
Ncopo, apresenta um tom rubi carregado e levemente opaco. Aroma de intensidade média, fresco com notas a frutos, cereja, framboesa, mirtilos ..., subtilmente floral, com um levíssimo toque a violeta, com notas especiadas, um suave toque a chocolate negro e uma ligeira envolvência tostada. Na boca, mostra elegância, frescura e muito equilíbrio, confere a fruta delicada do aroma,  taninos finos e polidos e uma cordata acidez ao longo de toda a prova,  termina  longo e persistente.

    

Um tinto extremamente delicioso, com excelente pendor gastronômico. Um vinho muito bem feito, poderia ter-lhe atribuído 18 de nota, mas isto vale o que vale, é apenas a métrica do meu palato. Uma coisa é certa este, MOB Vinha Senna 2019, é um tinto com seis anos, que em minha opinião, apesar de ter mais um punhado de anos pela frente está soberbo!



       Not. 17,5
       Pvp: 27 € (Ref.) 

sexta-feira, junho 06, 2025

Poggio Valente 2020 (Toscana)

   
Poggio Valente 2020 
 Tinto / 15% Alc.
Toscana - Maremma Sangiovese

Aqui estás um belíssimo tinto da Toscana, mais propriamente da sub-região de Maremma, um puro Sangiovese! A casta mais emblemática da região, aquela que patrocina o, Chianti Classico e os renomados Brunello di Montalcino. 
 
Situada na região central de ItáliaToscana é muito mais que as suas lindas bucólicas paisagens, lembremo-nos que a sua "capitalFlorença foi o berço do Renascimento, uma das cidades mais importantes da história da Europa
 
Como região vitivinícola, Toscana, é sem duvida a região italiana de maior relevância, seguida de Piemonte. Mas estas são apenas duas das vinte regiões vitivinícolas de Itália, compostas por 120 IGP's (Indicações Geográficas Protegidas) e 408 DOP's (Denominações de Origem Protegidas)
 
Em jeito de curiosidade deixo aqui uma pequena referência aos renomados Supertoscanos, que apesar de poderem, ou não,  nos seus blend's, incorporar, a casta Sangiovese, incluem essencialmente algumas castas francesas, (Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah), não autorizadas na Toscana. Por este motivo, recebem apenas uma certificação, idêntica à dos vinhos de mesa, a designação IGT (Indicação Geográfica Típica).
No entanto, são vinhos considerados de altíssima qualidade e prestígio internacional, atingindo valores bastante elevados, apesar de hoje, ainda ser possível encontrar alguns destes Supertoscanos, menos famosos, a preços bastante mais acessíveis


(Maremma - Toscana)


Podemos considerar oito as principais regiões vitivinícolas da Toscana, (ChiantiBrunello di Montalcino, Vino Nobile di Montepulciano, Bolgheri, Morellino di Scansano, Carmignano, Vernaccia di San Gimignano e Maremma), mas como o vinho que aqui me trouxe é este, Poggio Valenteda região de Maremma, será sobre esta que irei tecer algumas breves  notas. 
 
Na realidade, das oito regiões, Maremma é aquela que emergiu mais recentemente, somente a partir 1990, se começou a reconhecer algum do potencial qualitativo da sua viticultura, evidenciado pela chegada de importantes investimentos no turismo assim como na qualificação dos seus vinhos, com reconhecimento oficial em 2011, com a obtenção da classificação, DOC (Denominação de Origem Controlada)
 
Não estamos perante uma província, cidade ou estado, mas sim de uma região geográfica, com uma área de 5.000 km², localizada  na província de Grosseto, com partes nas províncias de Livorno e Siena.
Embora Maremma seja o berço de alguns dos vinhos mais caros e afamados da Itália, parece que ainda permanece um pouco desconhecida para muitos apreciadores de vinhos


(Fattoria Le Pupille em Maremma - Toscana)
 
Foi precisamente daqui de Fattoria Le Pupille uma propriedade com  cerca de 450 hectares, dos quais, 85 são de vinha. que nos chegou este, Poggio Valente 2020. Um belo tinto oriundo de um vinhedo único localizado na colina de Poggio Valente, em Scansano
 
Em 1985, Elisabetta Geppetti, após o falecimento, Alfredo Gentili, toma conta dos destinos da Fattoria Le Pupille. Graças à sua paixão e ambição, pegou nos seus Morellino di Scansano, nos seus renomados Le Pupille e Saffredi, e colocou esta sub-região, como símbolo de inovação e qualidade reconhecida, dentro e fora, da região da Toscana
 
Em 1996, com a aquisição do vinhedo Poggio Valente que, pelas suas características singulares de solo e exposição solar, segundo consta, lhe pareceu muito promissor. Uma possível mais valia para o reconhecimento da denominação Morellino di Scansano.
Assim em 1997, com o nome do próprio vinhedo, nasce a primeira colheita do Poggio Valente. A partir de 2014, passa, da denominação, de Morellino di Scansano DOCG para Toscana Rosso IGT, ganhando desta forma maior notoriedade, especialmente nos mercados estrangeiros
 
Hoje, o Poggio Valente é um vinho ganhou expressão, um excelente representante da casta Sangiovese, vindimado em setembro, fermentado em cubas de inox e submetido a um estágio por 18 meses em barricas novas e usadas de 500 e 600 litros.

Ncopo, apresenta um tom rubi subtilmente esbatido e aberto. Aroma intenso, algo fresco, com notas fruta fresca, cereja negra, mirtilos, com tom vegetal levemente aromático, um subtil tom a alcaçuz e um amadeirado muito bem integrado. Na boca, mostra boa estrutura e elegância, confere os tons a fruta e o seu lado vegetal, com taninos presentes mas bem integrados, boa acidez e equilíbrio. Conjunto muito agradável, com um final longo e persistente.

   

Se quiser conhecer um verdadeiro Sangiovese, da Toscana tem aqui, um excelente representante da casta, a um preço bastante atrativo para um Sangiovese desta qualidade!



       Not. 17,5
       Pvp: 32 € (Ref.)